Cruzeiro do Cemitério
O local onde se encontra o Cemitério São João Batista
foi doado em 1889 pelo Cel. Pio Gonçalves de Avellar, chefe político, sendo
prefeito na época o Sr. Luciano Pereira Penha. Conforme desejo do doador, o
cemitério foi inaugurado em 5 de novembro de 1900, por ocasião de sua morte e
sepultamento. A inauguração oficial se deu no dia 11 de novembro, sete dias
após sua morte. Governava então, Dr. José Antônio Martins Romeu, eleito em
1900, que após apenas um ano de mandato renunciou ao cargo em favor do Sr.
Luciano Pereira Penha que assume novamente.
O Cruzeiro data do começo do século, erguido em
madeira, sendo substituído anos depois por outro em cimento armado, sendo seu
construtor o Sr. Antônio Batista da Fonseca, foi erguido em frente ao portão
principal do cemitério, local hoje denominado Praça da Saudade. Em 16 de abril
de 1934, na administração do prefeito Francisco Franqueira, foi instalada sua
primeira iluminação elétrica. Aproveitou-se esta iluminação para iluminar
precariamente uma parte do cemitério. Devido à fraca iluminação existente no
local, que causava desconforto e problemas, o vereador Daniel Neder, na segunda
gestão do Sr. Orlando Rezende de Andrade, lança na câmara a idéia do projeto de
uma nova iluminação para o cemitério e também do Cruzeiro que se encontrava às
escuras. Assim sendo, as reformas acontecem nesta mesma gestão que data de 1967
a 1970. A inauguração da nova iluminação do cemitério e da restauração do
Cruzeiro acontecem com a presença de muitos convidados, apresentação de banda de musica e discurso do vereador autor
do projeto. Além da nova iluminação o Cruzeiro recebe em seu entorno a
delimitação de uma área para conservação, juntamente com uma grade de proteção.
O interesse pela sua restauração, foi que o mesmo,
além de ser um marco da fé Cristã e local de reflexão do povo tricordiano, viu
cair aos seus pés, alguns mortos do conflito acontecidos na Revolução de 30,
onde tombaram em combate, o Sgt. Ferreira, o cabo Allan Kardek, outros
militares do Exército, membros da polícia mineira e revolucionários. Outros
fatos ocorridos na época, são relatados
no dossiê de tombamento do portão do Cemitério São João Batista conforme
processo nº 5.
Num ponto de comandamento de nossa cidade, permanecerá
preservada pela comunidade, a figura do imponente Cruzeiro, marco e testemunha
de fatos que preenchem algumas páginas de nossa história.
Análise Arquitetônica
O Cruzeiro localiza-se no largo em frente
ao Cemitério Municipal, Praça da Saudade, ao término da Avenida Cel. Francisco
Antônio Pereira.
Sua estrutura é de concreto aparente com a base de
sustentação é revestida de pedra São Tomé. Esta base é elevada em 40 e 60 cm,
devido a irregularidade do terreno, possuindo 4,10 m por 4,20 m de dimensões.
No centro dessa estrutura está locado o Cruzeiro, com aproximadamente 7m de
altura.
Como
proteção, um gradil o cerca a partir da base, ficando o acesso por uma escada
voltada para o eixo da avenida. O gradil se encontra em bom estado de
conservação, necessitando apenas de pintura; já a escada integrada ao conjunto
apresenta avariações, necessitando de restauração.
O piso da
base se encontra coberto por uma camada de cera de velas que são acesas no
local e que provocam também o enfumaçamento da parte inferior do Cruzeiro.
A caiação é
inexistente, bem como a conservação da pedra São Tomé.
A
instalação elétrica possui danos bastante visíveis e necessita de restauração.
A estrutura
do Cruzeiro se encontra em bom estado, porém sua conservação é bastante precária.
Análise do Entorno
A Praça da Saudade, largo onde o Cruzeiro se
encontra, apresenta forma irregular, sendo arredondado do lado direito e reto
do lado esquerdo.
A Avenida
Cel. Francisco Antônio Pereira, que dá acesso ao local, apresenta um uso
predominantemente residencial. Próximo ao local, existe um terreno vazio à
direita e ao lado, o Necrotério Municipal e o escritório do cemitério, ambas
construções com tendência neocolonial; em seguida, encontra-se a caixa d’água
da Copasa, voltada para uma ruela de terra batida, tangencial ao largo.
Na parte
dos fundos e em toda lateral direita do largo, acompanha o muro do cemitério,
cuja calçada é bastante estreita, contando com paisagem pouco arborizada.
Bibliografia:
1. Entrevista:
FIGUEREDO, Juca.
Sobre o Cruzeiro do Cemitério. Três Corações,1999.
Entrevista concedida a Luiza Regina Braz Marques.
FLORES, José Valadão. O Cruzeiro do Cemitério. Três Corações,1999.
Entrevista concedida a Luiza Regina Braz Marques
.
RIBEIRO, Nelson Branco. Cruzeiro do Cemitério. Três Corações,
1998.
Entrevista concedida a Maria Rosângela Fernandes.
2. Livro:
FONSECA,
José Garcia, Três Corações e sua
História.
Belo Horizonte, MG; Imprensa Oficial,
1984.
3.
Levantamento
ESA,
Escola de Sargentos das Armas, Monumento
aos mortos da Revolução de 30..
Levantamento feito por Luiza Regina Braz
Marques
Delimitação do Perímetro de Entorno
O perímetro de entorno do Cruzeiro se constitui na Praça da Saudade que o
circunda, ou seja:
P1 = localizado junto ao muro do Cemitério, ao término da
Avenida Cel. Francisco Antônio Pereira, no seu lado esquerdo;
P2 = seguindo o alinhamento do muro do Cemitério até seu
vértice, é distante de P1 , 28 m;
P3= perpendicular a P2, seguindo o muro do Cemitério,
é distante de P2 , 22m;
P4 = seguindo o contorno da curvatura do calçamento até o
término na Avenida Cel. Francisco A. Pereira, no seu lado direito;
P5 = P1 e é distante de P4 , 7 m.
Delimitação do Perímetro de
Tombamento
P1 = extremidade frontal direita do imóvel;
P2 = extremidade frontal esquerda do imóvel, distante de P1
, 4,10 m;
P3= extremidade posterior esquerda do imóvel, distante de P2,
4,20 m;
P4 = extremidade posterior direita do imóvel, distante de P3,
4,10 m;
P5 = P1 e é distante de P4 , 4,20 m.
Os pontos
delimitados formam a base do imóvel que tem 17, 22 m2.
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