domingo, 17 de fevereiro de 2013

Bens Tombados de Três Corações - Igreja Matriz







Igreja Matriz - Breve Histórico

-         28 de maio de 1922!
Chega em Três Corações o novo vigário da paróquia, o jovem Padre recém ordenado, José Guimarães Fonseca, que substituía o Padre José Umbelino de Melo Reis. A igreja se encontrava em mau estado de conservação e algum tempo após ter tomado  posse, o vigário dá início a reuniões para se discutir assuntos referentes a uma reforma. A velha Igreja datava de 06 de setembro de 1860, uma quinta-feira, por ocasião dos festejos da elevação a Vila da Freguesia de Três Corações do Rio Verde.
O seu estado era tão ruim, que com sua reforma se gastaria o mesmo capital para se construir uma nova, além disso, a velha Igreja ficaria sempre torta, remendada com seu modelo muito antigo. Era construída em taipa e adobe e carecia de tantas reformas e ampliações, optou-se por sua demolição e a construção de um novo Templo mais moderno e amplo que se adequasse ao aumento da população e freqüentadores dos cultos religiosos.
Por intercessão do Bispo Coadjutor Dom Frei Inocêncio Engelk, o Bispo Diocesano Dom João de Almeida Ferrão autoriza a construção da nova Matriz.
Uma Comissão dirigida pelo Padre José Guimarães Fonseca parte para  os trabalhos e começa a angariar verbas e donativos para a construção; em  todas as missas o assunto era abordado.
Em 1º de julho de 1923, um domingo, acontece uma reunião secretariada pelo professor José Brasiliense de Avelar que conta com a presença de vários membros da comunidade, todos dispostos a trabalhar pela campanha da nova Matriz, que seria uma obra de arte, mais ampla, em local central e mais alto da praça.
A imprensa local editava artigos de apoio aos planos de Padre José.
- Em 13 de dezembro de 1923, domingo, o jornal "O Rio Verde" publicou um artigo sobre o estado de nossas igrejas, tanto a velha Matriz como a do Rosário, ambas com problemas na estrutura, precisando com urgência de reparos internos e externos. A velha Matriz era escura e tinha o aspecto sombrio.
O "Diário do sul" de 05 de maio de 1925, quinta-feira, lamentava que os festejos de São Sebastião, tão pomposos, com a presença de 10 mil pessoas tivessem acontecido em uma "bisonha e decadente" Matriz, não condizente com o brilho das festividades.
- 25 de julho de 1925 - "Diário do Sul"- Publicava o edital para a concorrência da apresentação dos projetos da nova Matriz.
- 09 de agosto de 1925 - domingo- " paupérrimo o templo em seu interior e bem condiz com o aspecto externo, todo tristonho e esburacado. Diz-se-ia um templo muito abandonado numa terra de infiéis."
No dia 15 de agosto, sábado, foi celebrada um missa em louvor à Nossa Senhora, pedindo graças para a realização da obra.
Fora o sistema de doação através de um livro de ouro e um livro de honra, foram criadas também festividades das mais diversas, leilões, quermesses, que pouco a pouco foram auxiliando na arrecadação de dinheiro para o início das obras.
No dia seguinte, 16 de agosto, domingo, aconteceu a despedida solene da velha matriz, às 17:30 hs. Repleta ; falaram o Professor Zequinha Avellar e Antônio Brandão sobre o significado daquele último ato. O Padre José disse que chegara o momento das paredes daquela Igreja ruírem por terra. Dentro de breves dias aquele local não teria nenhum vestígio do antigo Templo de 1860; somente uma imperiosa necessidade obrigava a comissão a assim proceder.
Naquele domingo, em procissão as primeiras imagens foram transladadas para a Igreja do Rosário que fora reformada para substituir a antiga Igreja temporariamente. A real demolição teve início no dia19 de agosto, quarta-feira, quando os mais piedosos se acercaram do local para acompanhar os golpes das marretadas e das picaretas, rezando o terço em voz alta durante todo o dia, em revezamento até o anoitecer.
Aberta a concorrência pública, o vencedor foi o construtor Clemente Marques, cabuquirense, responsável pela edificação das Matrizes de Campanha e Cambuquira, que pede o prazo de 2 anos para a entrega da obra, exigindo a quantia de 120 contos de réis pelo serviço. Ao engenheiro arquiteto Frizotti Agostini cabe a elaboração da planta. Dr. Sizenando de Freitas, construiu uma maquete do projeto, que atualmente se encontra exposta na Casa da Cultura Godofredo Rangel.
Em 07 de setembro de 1925, uma segunda-feira, veio a Três Corações, o Bispo Coadjutor da Mitra Diocesana da Campanha Dom Frei Inocêncio Engelk para lançamento da pedra fundamental da nova Matriz, juntamente com uma caixa contendo jornais e moedas da época, que fora enterrada para acervo das futuras gerações.
A participação do povo tricordiano nos festejos em prol da construção da nova matriz superou as expectativas, sendo de máxima importância no angariamento de fundos.
Com o início das obras muito material é doado e pouco a pouco vai-se erguendo a majestosa construção, enquanto festejos dos mais diversos acontecem na cidade. Nunca houve em Três Corações , uma tamanha participação pública como esta.
Em 1º de janeiro de 1928, é inaugurada a nova Matriz, que recebeu as bênçãos de D. João de Almeida Ferrão, Bispo da Campanha. Os festejos duraram  6 dias, contando com a presença de 50 padres.
Era prefeito municipal; o Sr. Cornélio Pereira. Foi considerada a maior obra da  época.
Somente após alguns anos é que foi pintada internamente como  é  até os dias atuais. Os trabalhos foram feitos pelo pintor libanês Pedro Zogbi que terminou a obra em 27 de julho de 1936.
A Igreja Matriz Sagrada Família tem a forma de uma cruz e se situa na parte mais central da cidade.

  

Igreja Matriz Sagrada Família

Histórico

Por volta do ano de 1923, diante da expansão da nossa população e de nossos limites geográficos e, por conseguinte, o aumento do número de frequentadores dos cultos religiosos na antiga Igreja Matriz, surge a necessidade da construção de um novo templo, mais amplo, adequado aos novos tempos. O antigo prédio da Igreja Matriz, construído em taipa e adobe, edificado em 1860, precisava de tantas reformas e ampliações que optou-se por sua demolição e a construção de um novo templo, moderno e amplo. Uma comissão, dirigida pelo Padre José Guimarães Fonseca começa a angariar verbas e donativos para a construção da nova Igreja.
Alem do sistema de doação através de um livro de ouro, foram criadas também festividades das mais diversas, leilões e quermesses que foram auxiliando na arrecadação de dinheiro para o início das obras.
Aberta a concorrência publica para a demolição da Igreja antiga e construção da nova, ganhou-a o construtor Clemente Marques, responsável pela edificação das matrizes de Campanha e Cambuquira, que pede o prazo de dois anos para a entrega da obra, cobrando a quantia, de cento e vinte contos de réis pelo serviço. Ao engenheiro arquiteto Frizotti Agostini coube a elaboração da planta. A maquete da obra foi feita pelo Dr. Sizenando de Freitas, encontrando-se hoje exposta na Casa da Cultura Godofredo Rangel.
 A participação do povo tricordiano nos festejos em prol da construção da nova Matriz superou as expectativas previstas, sendo de máxima importância no angariamento de fundos. Com a demolição da antiga igreja, as imagens foram transferidas para a Igreja do Rosário que, passou a servir de Matriz provisória da paróquia .No dia 07 de setembro de 1923, é assentada a pedra fundamental do novo templo. Com o início das obras, passam a chegar doações de material que pouco a pouco vão erguendo a majestosa  construção, enquanto festejos dos mais diversos acontecem na cidade.
Nunca houve em nossa terra, até os dias de hoje, uma campanha de tamanha participação pública como esta.
Finalmente, em 1º de janeiro de 1928, é inaugurada a nova Igreja Matriz  , sendo a mesma benta pelo Bispo da Campanha  D. João  de Almeida Ferrão Os festejos comemorativos duraram seis dias, contando com a presença de 50 padres. Era Prefeito Municipal o Sr. Cornélio Pereira.

TOMBAMENTO DA IGREJA MATRIZ



MOTIVOS:

Inaugurada em 1928, a Igreja Matriz vem sofrendo através dos anos a força e o rigoroso trabalho de ação predatória do tempo. Um dos templos católicos mais exuberantes dentre os muitos do sul de nosso estado, a Matriz é um símbolo de fé para o povo de nossa terra.
Carecendo de uma ampla reforma e de uma restauração minuciosa, o tombamento da Igreja Matriz, pelo Conselho Cultural e Natural de Três Corações abrange duas finalidade específicas:
a)    impedir a descaracterização do templo em seu aspecto decorativo e arquitectónico;
b)    facilitar o auxilio, por parte de entidades particulares ,na restauração da igreja, visto que essas organizações só atuam em construções tombadas pelo patrimônio.  

 

 

DESCRIÇÃO


A Igreja tem planta baixa em forma de cruz tende, no primeiro piso, nártex, baptistério, sala da escada do coro átrio, corredores laterais á nave, transepto e capela-mor  ladeada  por capela lateral do (lado do evangelho)e sacristia lado da epístola. No segundo piso há o coro e acima deste a torre única. Este templo em estilo neo-gótico, mede 54 metros de comprimento por  22 de largura e uma imponente torre de 44 metros, sendo que o espaço reservado ao coro se situa a 07 metros do solo. três portas de ferro na fachada frontal, a principal ( do meio ) dá acesso ao nártex que é ladeado á direita pela sala da escada do coro O nártex comunica-se com estas salas e com o átrio por três portas de ferro. O baptistério também se liga ao átrio por uma porta de ferro. As portas laterais, a porta principal permitem acesso aos corredores laterais da nave, que se prolonga até o transepito
Duas portas de madeira, uma em cada lado da matriz, dão acesso aos corredores laterais da nave.
Nos corredores laterais há dois pequenos altares em mármore, ao lado da epístola o altar de Nossa Senhora e de outro de Santa Terezinha.. No Transepto temos o Altar do Sagrado Coração ao lado do  evangelho e o de S. Sebastião ao lado da epístola. Ambos em mármore e cercado por grades de ferro.
Uma balaustrada de mármore com duas mesas de comunhão separa a capela- mor do transepto. O Altar-mor é também em mármore.
Os forros do nátex, baptistério e átrio são planos o da nave, dos seus corredores laterais, transepto e capela- mor originais.
A igreja é em estilo neo-gótico com vitrais coloridos nos óculos e janelas. Os vitrais das janelas representam figuras de anjos e santos e são de boa qualidade artística, á semelhança dos vitrais da igreja do santuário do Caraça. Nos óculos são bicrômicos e simples.
Todo o interior da igreja foi profusamente pintado por Pedro Zogbi, que possivelmente baseou-se em estampas. Seu trabalho é ao gosto popular, revelando falta de uniformidade na elaboração das composições é no tratamento pictórico, alguns painéis estão inacabados e outros apresentam tratamentos inferiores. Suas pinturas estão assim distribuídas:


·        04 painéis parietais e o forro no nártex,
·        03 painéis parietais e um medalhão no forro do baptistério,
·        02 pequenos painéis encimando os altares laterais,
·        04 painéis parietais nas entradas dos corredores,
·        02 pequenos painéis sobre as portas laterais,
·        02 pequenos painéis sobre os confessionários,
·        10 painéis sobre as arcas da nave,
·        04 painéis nas laterais dos altares do transepto,
·        08 grandes painéis na capela-mor.


Os painéis retratam a vida de Cristo, santos e anjos e são ladeados por pinturas de molde e marmorizados de diferentes padrões. Na entrada, lado do evangelho, há uma arcada onde o trabalho está inacabado.
Há referencia de intervenção de José Nogueira 1976.
Distribuídos pelos corredores da nave, fixados á parede, encontramos 14 quadros em relevo, representado a via sacra.
Sobre um dos painéis do nártex há uma imagem  de Cristo crucificado,  integrada á pintura. Várias imagens estão distribuídas pelos cinco altares da Igreja.
Os quadros da via sacra e o conjunto de imagens não mostram da presente proposta, á excessão do Cristo  crucificado que está fixo á parede


ESTADO DE CONSERVAÇÃO



Pintura parietais e forros
O reboco encontra-se com trincas e em descolamento em algumas áreas. A camada pictórica se encontra friável e pulverulenta com pequenas áreas de pedras. Foram observadas manchas que aparentam ser resultado de formação de colônias  de microorganismo.
A purpurina utilizada nas pinturas se encontra oxidada. Há sujidades generalizadas por toda a superfície da pintura.
Toda a pintura próxima ao piso (colunas, barrados, etc.) se encontra altamente comprometida pela ação de utilidade com perdas e complementações com cimento.
Elementos em madeira (portas, portas tapa vento, confessionários), degradados e sujeira generalizada.
Retábulos e mesas de comunhão
Encontra-se com rachaduras e pequenas perdas de suporte (mármore)em alguns pontos.
Vitrais
O estado de conservação dos vitrais é reparável. Em alguns pontos apresentam vidros quebrados e estrutura metálica destruída.


RELAÇÃO DE SERVIÇOS



Pinturas Parietais e forros

Prospecção na pintura do barrado dos corredores laterais para verificação de possível existência de pintura original.

·        Limpeza
·        Desinfecção e Higienização
·        Fixação e consolidação do reboco em deslocamento
·        Fixação da pintura

·        Nivelamento das colunas

·        Reintegração cromática
·        Aplicação de camada de proteção


RETÁBULOS E MESAS DE COMUNHÃO


·        Limpeza,
·        Complementação de partes faltantes
·        Obstrução de rachaduras


ELEMENTOS EM MADEIRA (PORTAS, PORTAS TAVENTO E CONFESSIONÁRIOS)


·        Limpeza
·        Imunização
·        Consolidação do suporte
·        Apresentação estética


VITRAIS


·        Limpeza
·        Reconstituição da estrutura
·        Substituição de vidros quebrados


RECOMENDAÇÕES


A empresa realizadora do serviço deverá apresentar projeto detalhado da restauração, elaborado por restaurador especializado, a ser analisado pelo IEPHA, que poderá solicitar esclarecimentos e alterações.
Junto ao projeto de restauração deverá ser analisado curriculum  da equipe técnica.
O trabalho deverá ser documentado fotografado em todas as sua etapas.
Deverão ser apresentados relatórios mensais e dossiê final restauração ao IEPHA.






HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA NOVA MATRIZ

                                                                                       

Com a chegada em Três Corações, do novo vigário José Guimarães Fonseca, jovem padre recém ordenado, em 28 de maio de1922, um domingo, aventurou-se a construção de nova Matriz Sagrada Família. Só após três anos vicariato  que se aconteceram as reuniões em se falava mais da reforma da velha matriz que fora inaugurada em 06 de setembro de 1860, uma quinta-feira, por ocasião dos festejos da elevação a vila da Freguesia de três Corações do Rio Verde.
O mau estado da velha matriz requeria não a reforma, esquecida, pois os trabalhos de reforma, seria o mesmo de uma construção e a velha ficaria sempre torta, remendada velha no modelo muito antigo, pelo preço de uma nova.
O BISPO Diocesano era Dom João de Almeida Ferrão que, por intercessão do Bispo Coadjutor Dom Frei Inocêncio Engelk  consentiu a construção.
O jovem sacerdote Pe. José Guimarães Fonseca Partiu para o ataque em suas missas sempre abordava o assunto, até que em primeiro de junho 1923, um domingo a mais prestigiosas pessoas da cidade decidiram em reunião secretariada pelo professor José Brasilense de Avelar hoje, então saudoso Zequinha Avelar, conscientizaram iniciar a campanha embora alguns elementos desanimados e sovinas, que lhe negaram o necessário apoio.
Então, a campanha sai a campo, já que plano era de se construir uma nova Matriz que seria uma obra de arte, cheia de luz natural, mais ampla, no local mais alto da praça.
O padre José em sua homilias sempre falava dos gastos exagerados em folias em festas pagas como cinema, circos de cavalinhos, logo foi obtendo o apoio do Cel. Alfredo Silva Junqueira por sua esposa Dª Candola e sua cunhada Da. Leonel a doar dois altares de granito e bronze dedicados a São Geraldo e ao Santo Expedito.
Em 25 de outubro de 1925, um domingo, o então Pe. José envia um apelo num cartãozinho distribuído durante as missas aos mais abastados pedindo cinco mil réis para auxiliarem aos trabalhos do construção da Matriz nova.
Em 13 de dezembro de 1923, domingo, o jornal "O Rio Verde" publicou um artigo de redação de que dois templos da velha Matriz e o do Rosário já não se prestavam aos cultos religiosos, com sua solidez, já abalada, com falhas em suas partes internas. Sendo que o do Rosário apesar de aspecto externo fosse com a posição que ocupava no alto da cidade bem a vista de quem chegasse à cidade estava necessitando de reparos internos. A velha Matriz era muito escura embora o sol, tinha o aspecto sombrio.
Então o que é necessário para a construção da nova Matriz?
-         Dinheiro !...
Surgiu como uma tabela para benfeitores: Benfeitores insignes, dois contos de réis, Benfeitores, dois contos e quinhentos mil réis e os esporádicos um conto de réis. Também seriam aceitos qualquer tipo de doação de esmolas, de dez mil réis a um tostão. Foram então benfeitores, além do Padre Guimarães Fonseca, a Comissão Construtora e o distinto casal Francisco Bandeira.
E o vigário insistia em sua pregações falando dos gastos em bebidas, nas touradas, cinema e gasolina para automóveis, e gulodices. Que a população da cidade se abstivesse daquelas coisas , em 60 dias, se teria um bom dinheiro para iniciar as obras. Sempre ele terminava suas prédicas, com estas palavras: Eu não peço nada para mim. Eu peço para Deus. A Igreja será nossa ,e de vossos vindouros! Ninguém poderá tirá-la daqui. A obra é arrojada, é certo, mas para Deus nada é impossível.
A impressa local editava artigos de apoio aos planos de Pe. José.
O " Diário do Sul", de 05 de maio de 1925, uma quinta-feira, lamentava que, após os festejos do Mártir São Sebastião, tão pomposos, com uma procissão calculada em dez mil pessoas " mas era uma pena que a bisonha e decadente Matriz não condiga com o brilho das festividades" e ainda bem que a população ocorrerá aos pelos do nosso vigário e da comissão, primeira arrecadação foi de cento e dez contos de réis.
Mas... sempre um mas. Como demorava as apresentação da planta que deveria ser apresentada ao povo para agradá-lo e do senhor Bispo aprová-la. Já o edital a concorrência foi publicada em25 de julho de 1925, um sábado, no jornal " Diário do Sul"; o mesmo jornal em 09 de agosto de 1925, edição de domingo, dizia: " Paupérrimo o templo em seu interior bem condiz com o aspecto externo; em torres, todo tristonho, esburacado. Dir-se-ia um templo muito abandonado, numa terra de infiéis".
No dia 15 de agosto, sábado, foi realizada missa em louvor à N. Senhora, pedindo graças para a realização da obra em se construir nova Matriz.
E chegou o " after day" 16 do mesmo mês um domingo foi a despedida solene da velha Matriz, às 17:30h, repleta a velha igreja, falaram o professor, Zequinha Avelar, Antônio Brandão, sobre o significado daquele último ato e o Padre José enfático, disse "que chegara o momento das paredes daquela igreja ruiriam por terra e em breves dias, aquele local não teria nenhum vestígio" que tombaria o velho templo construído em 1860, e que somente uma imperiosa necessidade, obrigava o comissão a assim proceder.
Em breve começaram a chegar doações  as primeiras pedras foram mandadas para o local pelo senhor Philadelpho Pereira Penha e os primeiros tijolos eram precedentes da olaria do senhor Joaquim Ferraz. Naquele domingo começou a transladação das primeiras imagens para a igreja do Rosário que fora toda reformada para servir como igreja Matriz.
A real demolição teve início no dia 19 de agosto, quarta-feira quando os mais piedosos se acercaram do local para acompanhar os golpes das marretas e das picaretas, rezando o terço em voz alta durante todo o dia, revezando-se até o anoitecer.
As maquinas fotográficas batiam chapas a cada queda de uma parede.
Em 07 de setembro de 1925, uma segunda-feira, veio a três Corações, o Bispo Coadjutor da Mitra Diocesana da Campanha Dom Frei Inocêncio Engelk para lançamento da pedra fundamental da nova Matriz, juntamente com uma caixa com os jornais e moedas da época.
Foi determinado o prazo de um ano e meio para a entrega das obras prontas o que foi cumprido ganhando o vigário uma viagem a Roma, pela audácia da obra.
A planta da edificação foi de autoria do engenheiro, arquiteto, Agostino Frizotti, um rioverdense, tricordiano e construtor foi Clemente Marques, cambuquirense. As primeiras pedras foram levadas pelo artesão Basílio Pereira Pinto, no seu carrinho de dois garrotes que entrava pelos buracos dos alicerces.
As obras terminaram em fins do ano de 1927, sendo a Matriz inaugurada no dia 01 de janeiro de 1928 com a benção do Bispo Dom Inocêncio já como titular.
A pintura interna foi mais tarde e o pintor sírio- libanês Pedro Zogbi a entregou em 27 de julho de 1936, uma quarta-feira. Sua pintura externa sempre foi de cor cinza claro. Pedro Zogbi teve ajuda do tricordiano Argentino Neves e Octávio Moraes na pintura dos ramos (imitações).
Os novos sinos foram colocados no dia 30 de dezembro de 1948, quarta-feira em que eu chegava de viagem pelo trem misto de Juréia (Tuyuty).Uma fogueira de peças de madeira roliça foi armada á frente da Matriz por funcionários da RMV para receber os três sinos carrilhões que custaram 57 contos e 660 mil réis e as ferragens e embalagem custaram mais de 65 contos e 57 mil réis incluindo o frete. O peso total  dos três sinos é de 1.441 quilos e são nos seguintes tons o maior de 800kgs, tem o tom de dô natural; o médio de 500kgs tem o tom de fá natural e o menor de 300kgs e tom lá natural .Foram colocados sob a supervisão do engenheiro técnico Bruno Getti, falecido em 20-08-1981.
Era uma tarefa considerada inviável temerária, disse um engenheiro da REDE. Outros dizerem que iria abalar a estrutura da cúpula da torre. Nada disso aconteceu pois o competente técnico em engenharia mecânica Bruno Getti fez todos os cálculos que foram testados e achados bem exato; os ferroviários usando talha com grossas correntes levantaram os três sinos , um por vez.
A imponente Matriz Sagrada Família foi considerada a maior obra da época, tem forma de uma cruz, com uma torre de 44 metros de altura de chão; a própria torre tem 28 metros, o prédio tem 54 metros de altura, 22 metros de largura e 44 de altura, foi feita para acolher 2mil pessoas confortavelmente,
Está localizada na parte mais central das cidade.