Igreja Matriz - Breve Histórico
-
28 de maio de 1922!
Chega em Três Corações o novo vigário da paróquia, o
jovem Padre recém ordenado, José Guimarães Fonseca, que substituía o Padre José
Umbelino de Melo Reis. A igreja se encontrava em mau estado de conservação e
algum tempo após ter tomado posse, o
vigário dá início a reuniões para se discutir assuntos referentes a uma
reforma. A velha Igreja datava de 06 de setembro de 1860, uma quinta-feira, por
ocasião dos festejos da elevação a Vila da Freguesia de Três Corações do Rio
Verde.
O seu estado era tão ruim, que com sua reforma se
gastaria o mesmo capital para se construir uma nova, além disso, a velha Igreja
ficaria sempre torta, remendada com seu modelo muito antigo. Era construída em
taipa e adobe e carecia de tantas reformas e ampliações, optou-se por sua
demolição e a construção de um novo Templo mais moderno e amplo que se
adequasse ao aumento da população e freqüentadores dos cultos religiosos.
Por intercessão do Bispo Coadjutor Dom Frei
Inocêncio Engelk, o Bispo Diocesano Dom João de Almeida Ferrão autoriza a
construção da nova Matriz.
Uma Comissão dirigida pelo Padre José Guimarães
Fonseca parte para os trabalhos e começa
a angariar verbas e donativos para a construção; em todas as missas o assunto era abordado.
Em 1º de julho de 1923, um domingo, acontece uma
reunião secretariada pelo professor José Brasiliense de Avelar que conta com a
presença de vários membros da comunidade, todos dispostos a trabalhar pela
campanha da nova Matriz, que seria uma obra de arte, mais ampla, em local
central e mais alto da praça.
A imprensa local editava artigos de apoio aos planos
de Padre José.
- Em 13 de dezembro de 1923, domingo, o jornal
"O Rio Verde" publicou um artigo sobre o estado de nossas igrejas,
tanto a velha Matriz como a do Rosário, ambas com problemas na estrutura,
precisando com urgência de reparos internos e externos. A velha Matriz era
escura e tinha o aspecto sombrio.
O "Diário do sul" de 05 de maio de 1925,
quinta-feira, lamentava que os festejos de São Sebastião, tão pomposos, com a
presença de 10 mil pessoas tivessem acontecido em uma "bisonha e
decadente" Matriz, não condizente com o brilho das festividades.
- 25 de julho de 1925 - "Diário do Sul"-
Publicava o edital para a concorrência da apresentação dos projetos da nova
Matriz.
- 09 de agosto de 1925 - domingo- " paupérrimo
o templo em seu interior e bem condiz com o aspecto externo, todo tristonho e
esburacado. Diz-se-ia um templo muito abandonado numa terra de infiéis."
No dia 15 de agosto, sábado, foi celebrada um missa
em louvor à Nossa Senhora, pedindo graças para a realização da obra.
Fora o sistema de doação através de um livro de ouro
e um livro de honra, foram criadas também festividades das mais diversas,
leilões, quermesses, que pouco a pouco foram auxiliando na arrecadação de
dinheiro para o início das obras.
No dia seguinte, 16 de agosto, domingo, aconteceu a
despedida solene da velha matriz, às 17:30 hs. Repleta ; falaram o Professor
Zequinha Avellar e Antônio Brandão sobre o significado daquele último ato. O
Padre José disse que chegara o momento das paredes daquela Igreja ruírem por
terra. Dentro de breves dias aquele local não teria nenhum vestígio do antigo
Templo de 1860; somente uma imperiosa necessidade obrigava a comissão a assim
proceder.
Naquele domingo, em procissão as primeiras imagens
foram transladadas para a Igreja do Rosário que fora reformada para substituir
a antiga Igreja temporariamente. A real demolição teve início no dia19 de
agosto, quarta-feira, quando os mais piedosos se acercaram do local para
acompanhar os golpes das marretadas e das picaretas, rezando o terço em voz
alta durante todo o dia, em revezamento até o anoitecer.
Aberta a concorrência pública, o vencedor foi o
construtor Clemente Marques, cabuquirense, responsável pela edificação das
Matrizes de Campanha e Cambuquira, que pede o prazo de 2 anos para a entrega da
obra, exigindo a quantia de 120 contos de réis pelo serviço. Ao engenheiro
arquiteto Frizotti Agostini cabe a elaboração da planta. Dr. Sizenando de
Freitas, construiu uma maquete do projeto, que atualmente se encontra exposta
na Casa da Cultura Godofredo Rangel.
Em 07 de setembro de 1925, uma segunda-feira, veio a
Três Corações, o Bispo Coadjutor da Mitra Diocesana da Campanha Dom Frei Inocêncio
Engelk para lançamento da pedra fundamental da nova Matriz, juntamente com uma
caixa contendo jornais e moedas da época, que fora enterrada para acervo das
futuras gerações.
A participação do povo tricordiano nos festejos em
prol da construção da nova matriz superou as expectativas, sendo de máxima
importância no angariamento de fundos.
Com o início das obras muito material é doado e
pouco a pouco vai-se erguendo a majestosa construção, enquanto festejos dos
mais diversos acontecem na cidade. Nunca houve em Três Corações , uma tamanha
participação pública como esta.
Em 1º de janeiro de 1928, é inaugurada a nova
Matriz, que recebeu as bênçãos de D. João de Almeida Ferrão, Bispo da Campanha.
Os festejos duraram 6 dias, contando com
a presença de 50 padres.
Era prefeito municipal; o Sr. Cornélio Pereira. Foi
considerada a maior obra da época.
Somente após alguns anos é que foi pintada
internamente como é até os dias atuais. Os trabalhos foram feitos
pelo pintor libanês Pedro Zogbi que terminou a obra em 27 de julho de 1936.
A Igreja Matriz Sagrada Família tem a forma de uma
cruz e se situa na parte mais central da cidade.
Igreja Matriz Sagrada Família
Histórico
Por volta do ano de 1923, diante da expansão da nossa população e de
nossos limites geográficos e, por conseguinte, o aumento do número de
frequentadores dos cultos religiosos na antiga Igreja Matriz, surge a
necessidade da construção de um novo templo, mais amplo, adequado aos novos
tempos. O antigo prédio da Igreja Matriz, construído em taipa e adobe,
edificado em 1860, precisava de tantas reformas e ampliações que optou-se por
sua demolição e a construção de um novo templo, moderno e amplo. Uma comissão,
dirigida pelo Padre José Guimarães Fonseca começa a angariar verbas e donativos
para a construção da nova Igreja.
Alem do sistema de
doação através de um livro de ouro, foram criadas também festividades das mais
diversas, leilões e quermesses que foram auxiliando na arrecadação de dinheiro
para o início das obras.
Aberta a concorrência
publica para a demolição da Igreja antiga e construção da nova, ganhou-a o
construtor Clemente Marques, responsável pela edificação das matrizes de
Campanha e Cambuquira, que pede o prazo de dois anos para a entrega da obra,
cobrando a quantia, de cento e vinte contos de réis pelo serviço. Ao engenheiro
arquiteto Frizotti Agostini coube a elaboração da planta. A maquete da obra foi
feita pelo Dr. Sizenando de Freitas, encontrando-se hoje exposta na Casa da
Cultura Godofredo Rangel.
A participação do povo tricordiano nos
festejos em prol da construção da nova Matriz superou as expectativas
previstas, sendo de máxima importância no angariamento de fundos. Com a
demolição da antiga igreja, as imagens foram transferidas para a Igreja do Rosário
que, passou a servir de Matriz provisória da paróquia .No dia 07 de setembro de
1923, é assentada a pedra fundamental do novo templo. Com o início das obras,
passam a chegar doações de material que pouco a pouco vão erguendo a majestosa construção, enquanto festejos dos mais
diversos acontecem na cidade.
Nunca houve em nossa
terra, até os dias de hoje, uma campanha de tamanha participação pública como
esta.
Finalmente, em 1º de
janeiro de 1928, é inaugurada a nova Igreja Matriz , sendo a mesma benta pelo Bispo da
Campanha D. João de Almeida Ferrão Os festejos comemorativos
duraram seis dias, contando com a presença de 50 padres. Era Prefeito Municipal
o Sr. Cornélio Pereira.
TOMBAMENTO DA IGREJA MATRIZ
MOTIVOS:
Inaugurada em 1928, a
Igreja Matriz vem sofrendo através dos anos a força e o rigoroso trabalho de
ação predatória do tempo. Um dos templos católicos mais exuberantes dentre os
muitos do sul de nosso estado, a Matriz é um símbolo de fé para o povo de nossa
terra.
Carecendo de uma ampla
reforma e de uma restauração minuciosa, o tombamento da Igreja Matriz, pelo
Conselho Cultural e Natural de Três Corações abrange duas finalidade
específicas:
a)
impedir a descaracterização do
templo em seu aspecto decorativo e arquitectónico;
b)
facilitar o auxilio, por parte
de entidades particulares ,na restauração da igreja, visto que essas
organizações só atuam em construções tombadas pelo patrimônio.
DESCRIÇÃO
A Igreja tem planta
baixa em forma de cruz tende, no primeiro piso, nártex, baptistério, sala da escada
do coro átrio, corredores laterais á nave, transepto e capela-mor ladeada
por capela lateral do (lado do evangelho)e sacristia lado da epístola.
No segundo piso há o coro e acima deste a torre única. Este templo em estilo
neo-gótico, mede 54 metros de comprimento por
22 de largura e uma imponente torre de 44 metros, sendo que o espaço
reservado ao coro se situa a 07 metros do solo. três portas de ferro na fachada
frontal, a principal ( do meio ) dá acesso ao nártex que é ladeado á direita
pela sala da escada do coro O nártex comunica-se com estas salas e com o átrio
por três portas de ferro. O baptistério também se liga ao átrio por uma porta
de ferro. As portas laterais, a porta principal permitem acesso aos corredores
laterais da nave, que se prolonga até o transepito
Duas portas de madeira,
uma em cada lado da matriz, dão acesso aos corredores laterais da nave.
Nos corredores laterais
há dois pequenos altares em mármore, ao lado da epístola o altar de Nossa
Senhora e de outro de Santa Terezinha.. No Transepto temos o Altar do Sagrado
Coração ao lado do evangelho e o de S.
Sebastião ao lado da epístola. Ambos em mármore e cercado por grades de ferro.
Uma balaustrada de
mármore com duas mesas de comunhão separa a capela- mor do transepto. O Altar-mor
é também em mármore.
Os forros do nátex,
baptistério e átrio são planos o da nave, dos seus corredores laterais,
transepto e capela- mor originais.
A igreja é em estilo
neo-gótico com vitrais coloridos nos óculos e janelas. Os vitrais das janelas
representam figuras de anjos e santos e são de boa qualidade artística, á
semelhança dos vitrais da igreja do santuário do Caraça. Nos óculos são
bicrômicos e simples.
Todo o interior da
igreja foi profusamente pintado por Pedro Zogbi, que possivelmente baseou-se em
estampas. Seu trabalho é ao gosto popular, revelando falta de uniformidade na
elaboração das composições é no tratamento pictórico, alguns painéis estão
inacabados e outros apresentam tratamentos inferiores. Suas pinturas estão
assim distribuídas:
·
04 painéis parietais e o forro
no nártex,
·
03 painéis parietais e um
medalhão no forro do baptistério,
·
02 pequenos painéis encimando
os altares laterais,
·
04 painéis parietais nas
entradas dos corredores,
·
02 pequenos painéis sobre as
portas laterais,
·
02 pequenos painéis sobre os
confessionários,
·
10 painéis sobre as arcas da
nave,
·
04 painéis nas laterais dos
altares do transepto,
·
08 grandes painéis na
capela-mor.
Os painéis retratam a
vida de Cristo, santos e anjos e são ladeados por pinturas de molde e marmorizados
de diferentes padrões. Na entrada, lado do evangelho, há uma arcada onde o
trabalho está inacabado.
Há referencia de
intervenção de José Nogueira 1976.
Distribuídos pelos
corredores da nave, fixados á parede, encontramos 14 quadros em relevo, representado
a via sacra.
Sobre um dos painéis do
nártex há uma imagem de Cristo
crucificado, integrada á pintura. Várias
imagens estão distribuídas pelos cinco altares da Igreja.
Os quadros da via sacra
e o conjunto de imagens não mostram da presente proposta, á excessão do
Cristo crucificado que está fixo á
parede
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
Pintura parietais e
forros
O reboco encontra-se com
trincas e em descolamento em algumas áreas. A camada pictórica se encontra
friável e pulverulenta com pequenas áreas de pedras. Foram observadas manchas
que aparentam ser resultado de formação de colônias de microorganismo.
A purpurina utilizada
nas pinturas se encontra oxidada. Há sujidades generalizadas por toda a
superfície da pintura.
Toda a pintura próxima
ao piso (colunas, barrados, etc.) se encontra altamente comprometida pela ação
de utilidade com perdas e complementações com cimento.
Elementos em madeira
(portas, portas tapa vento, confessionários), degradados e sujeira
generalizada.
Retábulos e mesas de
comunhão
Encontra-se com
rachaduras e pequenas perdas de suporte (mármore)em alguns pontos.
Vitrais
O estado de conservação
dos vitrais é reparável. Em alguns pontos apresentam vidros quebrados e
estrutura metálica destruída.
RELAÇÃO DE
SERVIÇOS
Pinturas Parietais
e forros
Prospecção na pintura do
barrado dos corredores laterais para verificação de possível existência de
pintura original.
·
Limpeza
·
Desinfecção e Higienização
·
Fixação e consolidação do
reboco em deslocamento
·
Fixação da pintura
·
Nivelamento das colunas
·
Reintegração cromática
·
Aplicação de camada de proteção
RETÁBULOS
E MESAS DE COMUNHÃO
·
Limpeza,
·
Complementação de partes
faltantes
·
Obstrução de rachaduras
ELEMENTOS
EM MADEIRA (PORTAS, PORTAS TAVENTO E CONFESSIONÁRIOS)
·
Limpeza
·
Imunização
·
Consolidação do suporte
·
Apresentação estética
VITRAIS
·
Limpeza
·
Reconstituição da estrutura
·
Substituição de vidros
quebrados
RECOMENDAÇÕES
A empresa realizadora do
serviço deverá apresentar projeto detalhado da restauração, elaborado por
restaurador especializado, a ser analisado pelo IEPHA, que poderá solicitar
esclarecimentos e alterações.
Junto ao projeto de
restauração deverá ser analisado curriculum
da equipe técnica.
O trabalho deverá ser
documentado fotografado em todas as sua etapas.
Deverão ser apresentados
relatórios mensais e dossiê final restauração ao IEPHA.
HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA NOVA MATRIZ
Com a chegada em Três
Corações, do novo vigário José Guimarães Fonseca, jovem padre recém ordenado,
em 28 de maio de1922, um domingo, aventurou-se a construção de nova Matriz
Sagrada Família. Só após três anos vicariato
que se aconteceram as reuniões em se falava mais da reforma da velha
matriz que fora inaugurada em 06 de setembro de 1860, uma quinta-feira, por
ocasião dos festejos da elevação a vila da Freguesia de três Corações do Rio
Verde.
O mau estado da velha
matriz requeria não a reforma, esquecida, pois os trabalhos de reforma, seria o
mesmo de uma construção e a velha ficaria sempre torta, remendada velha no
modelo muito antigo, pelo preço de uma nova.
O BISPO Diocesano era
Dom João de Almeida Ferrão que, por intercessão do Bispo Coadjutor Dom Frei
Inocêncio Engelk consentiu a construção.
O jovem sacerdote Pe.
José Guimarães Fonseca Partiu para o ataque em suas missas sempre abordava o
assunto, até que em primeiro de junho 1923, um domingo a mais prestigiosas
pessoas da cidade decidiram em reunião secretariada pelo professor José
Brasilense de Avelar hoje, então saudoso Zequinha Avelar, conscientizaram
iniciar a campanha embora alguns elementos desanimados e sovinas, que lhe
negaram o necessário apoio.
Então, a campanha sai a
campo, já que plano era de se construir uma nova Matriz que seria uma obra de
arte, cheia de luz natural, mais ampla, no local mais alto da praça.
O padre José em sua
homilias sempre falava dos gastos exagerados em folias em festas pagas como
cinema, circos de cavalinhos, logo foi obtendo o apoio do Cel. Alfredo Silva
Junqueira por sua esposa Dª Candola e sua cunhada Da. Leonel a doar dois
altares de granito e bronze dedicados a São Geraldo e ao Santo Expedito.
Em 25 de outubro de
1925, um domingo, o então Pe. José envia um apelo num cartãozinho distribuído
durante as missas aos mais abastados pedindo cinco mil réis para auxiliarem aos
trabalhos do construção da Matriz nova.
Em 13 de dezembro de
1923, domingo, o jornal "O Rio Verde" publicou um artigo de redação
de que dois templos da velha Matriz e o do Rosário já não se prestavam aos
cultos religiosos, com sua solidez, já abalada, com falhas em suas partes
internas. Sendo que o do Rosário apesar de aspecto externo fosse com a posição
que ocupava no alto da cidade bem a vista de quem chegasse à cidade estava
necessitando de reparos internos. A velha Matriz era muito escura embora o sol,
tinha o aspecto sombrio.
Então o que é necessário
para a construção da nova Matriz?
-
Dinheiro !...
Surgiu como uma tabela
para benfeitores: Benfeitores insignes, dois contos de réis, Benfeitores, dois
contos e quinhentos mil réis e os esporádicos um conto de réis. Também seriam
aceitos qualquer tipo de doação de esmolas, de dez mil réis a um tostão. Foram
então benfeitores, além do Padre Guimarães Fonseca, a Comissão Construtora e o
distinto casal Francisco Bandeira.
E o vigário insistia em
sua pregações falando dos gastos em bebidas, nas touradas, cinema e gasolina
para automóveis, e gulodices. Que a população da cidade se abstivesse daquelas
coisas , em 60 dias, se teria um bom dinheiro para iniciar as obras. Sempre ele
terminava suas prédicas, com estas palavras: Eu não peço nada para mim. Eu peço
para Deus. A Igreja será nossa ,e de vossos vindouros! Ninguém poderá tirá-la
daqui. A obra é arrojada, é certo, mas para Deus nada é impossível.
A impressa local editava
artigos de apoio aos planos de Pe. José.
O " Diário do
Sul", de 05 de maio de 1925, uma quinta-feira, lamentava que, após os
festejos do Mártir São Sebastião, tão pomposos, com uma procissão calculada em
dez mil pessoas " mas era uma pena que a bisonha e decadente Matriz não
condiga com o brilho das festividades" e ainda bem que a população
ocorrerá aos pelos do nosso vigário e da comissão, primeira arrecadação foi de
cento e dez contos de réis.
Mas... sempre um mas.
Como demorava as apresentação da planta que deveria ser apresentada ao povo
para agradá-lo e do senhor Bispo aprová-la. Já o edital a concorrência foi
publicada em25 de julho de 1925, um sábado, no jornal " Diário do
Sul"; o mesmo jornal em 09 de agosto de 1925, edição de domingo, dizia:
" Paupérrimo o templo em seu interior bem condiz com o aspecto externo; em
torres, todo tristonho, esburacado. Dir-se-ia um templo muito abandonado, numa
terra de infiéis".
No dia 15 de agosto,
sábado, foi realizada missa em louvor à N. Senhora, pedindo graças para a
realização da obra em se construir nova Matriz.
E chegou o " after
day" 16 do mesmo mês um domingo foi a despedida solene da velha Matriz, às
17:30h, repleta a velha igreja, falaram o professor, Zequinha Avelar, Antônio
Brandão, sobre o significado daquele último ato e o Padre José enfático, disse
"que chegara o momento das paredes daquela igreja ruiriam por terra e em
breves dias, aquele local não teria nenhum vestígio" que tombaria o velho
templo construído em 1860, e que somente uma imperiosa necessidade, obrigava o
comissão a assim proceder.
Em breve começaram a
chegar doações as primeiras pedras foram
mandadas para o local pelo senhor Philadelpho Pereira Penha e os primeiros
tijolos eram precedentes da olaria do senhor Joaquim Ferraz. Naquele domingo
começou a transladação das primeiras imagens para a igreja do Rosário que fora
toda reformada para servir como igreja Matriz.
A real demolição teve
início no dia 19 de agosto, quarta-feira quando os mais piedosos se acercaram
do local para acompanhar os golpes das marretas e das picaretas, rezando o
terço em voz alta durante todo o dia, revezando-se até o anoitecer.
As maquinas fotográficas
batiam chapas a cada queda de uma parede.
Em 07 de setembro de
1925, uma segunda-feira, veio a três Corações, o Bispo Coadjutor da Mitra
Diocesana da Campanha Dom Frei Inocêncio Engelk para lançamento da pedra
fundamental da nova Matriz, juntamente com uma caixa com os jornais e moedas da
época.
Foi determinado o prazo
de um ano e meio para a entrega das obras prontas o que foi cumprido ganhando o
vigário uma viagem a Roma, pela audácia da obra.
A planta da edificação
foi de autoria do engenheiro, arquiteto, Agostino Frizotti, um rioverdense,
tricordiano e construtor foi Clemente Marques, cambuquirense. As primeiras
pedras foram levadas pelo artesão Basílio Pereira Pinto, no seu carrinho de
dois garrotes que entrava pelos buracos dos alicerces.
As obras terminaram em
fins do ano de 1927, sendo a Matriz inaugurada no dia 01 de janeiro de 1928 com
a benção do Bispo Dom Inocêncio já como titular.
A pintura interna foi
mais tarde e o pintor sírio- libanês Pedro Zogbi a entregou em 27 de julho de
1936, uma quarta-feira. Sua pintura externa sempre foi de cor cinza claro.
Pedro Zogbi teve ajuda do tricordiano Argentino Neves e Octávio Moraes na
pintura dos ramos (imitações).
Os novos sinos foram
colocados no dia 30 de dezembro de 1948, quarta-feira em que eu chegava de
viagem pelo trem misto de Juréia (Tuyuty).Uma fogueira de peças de madeira
roliça foi armada á frente da Matriz por funcionários da RMV para receber os
três sinos carrilhões que custaram 57 contos e 660 mil réis e as ferragens e
embalagem custaram mais de 65 contos e 57 mil réis incluindo o frete. O peso
total dos três sinos é de 1.441 quilos e
são nos seguintes tons o maior de 800kgs, tem o tom de dô natural; o médio de
500kgs tem o tom de fá natural e o menor de 300kgs e tom lá natural .Foram
colocados sob a supervisão do engenheiro técnico Bruno Getti, falecido em
20-08-1981.
Era uma tarefa considerada
inviável temerária, disse um engenheiro da REDE. Outros dizerem que iria abalar
a estrutura da cúpula da torre. Nada disso aconteceu pois o competente técnico
em engenharia mecânica Bruno Getti fez todos os cálculos que foram testados e
achados bem exato; os ferroviários usando talha com grossas correntes
levantaram os três sinos , um por vez.
A imponente Matriz
Sagrada Família foi considerada a maior obra da época, tem forma de uma cruz,
com uma torre de 44 metros de altura de chão; a própria torre tem 28 metros, o
prédio tem 54 metros de altura, 22 metros de largura e 44 de altura, foi feita
para acolher 2mil pessoas confortavelmente,
Está localizada na parte
mais central das cidade.